| Local: | Próstata |
| Comportamento: | É frequentemente detetado tarde e tem grande tendência para espalhar |
| Diagnóstico: | Exame clínico (com exame retal), radiografia, citologia complementada com exames de sangue/urina, ecografia |
| Tratamento: | Sobretudo anti-inflamatórios, os tratamentos são considerados paliativos |
| Prognóstico: | Fraco, até 30 dias |
Este tipo de tumor está localizado na próstata. A próstata é uma glândula que circunda a uretra na junção do colo da bexiga com esta.
Embora a próstata seja sensível à influência de hormonas, machos castrados e não castrados desenvolvem cancro de próstata. Os tumores benignos da próstata são raros.
A maioria dos tumores de próstata é caracterizada por crescimento interno local e uma alta probabilidade de metástases locais e possivelmente distantes. As metástases estão presentes principalmente nos pulmões e linfonodos, mas também podem ocorrer nos ossos (especialmente nas vértebras, na região lombar e no quadril).
Relativamente incomum (menos de 1% dos tumores) com um diagnóstico feito em animais com idade média de 10 anos.
Um maior risco de desenvolver este tipo de tumor foi relatado para Airedale terrier, Beagle, Bouvier de Flandres, Doberman Pinscher, German Shorthaired Pointer, Norwegian Elkhound, Scottish Terrier e Shetland sheepdog quando em comparação a outros cães..
Os sinais clínicos são variados e podem refletir se o tumor está a causar problemas no seu ambiente próximo ou distante. Uma vez que a próstata circunda a uretra, o crescimento deste tumor pode causar aumento da pressão na uretra e/ou na parte superior do intestino. Com o crescimento local do tumor podem-se notar os seguintes sinais: sangue na urina, dificuldade em urinar, dificuldade em defecar e/ou fezes que saem achatadas. Se a uretra estiver completamente comprimida, isto pode causar pressão nos rins e problemas renais. Além disso, o tumor pode pressionar os corpos vertebrais ou nervos, causando desconforto que se pode manifestar por meio de uma forma estranha de andar, mancar e/ou constipação.
Quando o tumor está em estado avançado, pode levar a sinais gerais de doença, como perda de apetite, apatia, respiração rápida ou difícile perda de peso. As fraturas ósseas podem ocorrer durante a metastização óssea.
Um exame retal pode verificar se a próstata tem uma forma normal. Os tumores da próstata podem originar uma forma irregular da próstata. Os linfonodos anormalmente aumentados também podem ser sentidos desta forma ou possivelmente pela palpação da cavidade abdominal.
Os exames ao sangue podem indicar anemia, excesso de leucócitos, cálcio e sinais de ruptura óssea.
Ao analisar a urina, células anormais podem ser detectadas, bem como a presença de infecção.
Um teste de mutação BRAF positivo confirma a presença de células transicionais ou carcinoma da próstata. Se nenhuma mutação BRAF for detectada na amostra, pode ser porque (1) não há câncer presente, (2) há um tumor, mas não é causado pela mutação do gene BRAF, (3) a amostra de urina não conter células mutantes, mesmo que um carcinoma esteja presente.
Tirando radiografias do pulmão de diferentes ângulos, é possível detectar (se suficientemente grande)se estão presentes metástases pulmonares, aumento dos linfonodos ao nível do esterno ou, em casos raros, metástases nas costelas ou osso do ombro. Radiografias da cavidade abdominal podem mostrar próstata aumentada e/ou linfonodos aumentados e possivelmente anormalidades nos contornos dos ossos circundantes. O contraste na uretra também pode ser usado para verificar se há irregularidades na próstata (no entanto, não pode ser descartado se é uma inflamação ou tumor).
Se existir suspeita de metástases para o osso, a cintilografia óssea pode ser usada para determinar com mais precisão sua localização.
A ecografia da cavidade abdominal pode ser útil para avaliar melhor a próstata, bem como a uretra, a bexiga, os linfonodos locais e outros órgãos da cavidade abdominal.
A colheita de amostras de tecido é o golden standard para o diagnóstico de tumores de próstata, mas um diagnóstico definitivo também pode ser obtido através da aspiração de células e seu exame (citologia).
Isto pode ser conseguido de várias formas, incluindo ejaculação, inserção de um cateter que remove as células, massagem da próstata, aspiração de células guiada por ecografia através de uma agulha, amostras obtidas durante a cirurgia. Ao recolher amostras através da pele, existe o risco de que isso cause sangramento, mas também que o tumor se espalhar no caminho da agulha (sementeira). Em tumores de próstata, nenhuma amostra de tecido precisa ser recolhida para determinar o grau do tumor porque o impacto do grau do tumor no prognóstico não é claro.
O diagnóstico geralmente é feito tardiamente uma vez que o tumor pode crescer de forma discreta localmente e tem uma alta tendência a metastização. Por causa disto, os tumores de próstata na maioria dos cães só são notados quando a doença já está avançada. O tratamento é administrado paliativamente. Não existe tratamento padrão disponível para tumores de próstata, embora pelo menos o uso de fármacos antiinflamatórias seja recomendado (uma alta percentagem de tumores de próstata expressam substâncias (COX-2) que são sensíveis a drogas antiinflamatórias)..
A cirurgia paliativa pode ser recomendada (remoção do tumor ou manutenção do trato urinário aberto por meio de um stent). A remoção da próstata só é recomendada quando o tumor ainda está completamente encapsulado e ainda não rompeu a cápsula da próstata. No entanto, a remoção da próstata também está associada a um alto grau de desconforto pós-operatório e ainda não foi demonstrado de forma clara que isto leva a um prolongamento da vida. A incontinência é um resultado possível da remoção da próstata. A remoção parcial da próstata é uma alternativa com menos complicações e resultados de sobrevida igualmente bons. A remoção completa da próstata e a eletrocirurgia pela uretra estão associadas a um alto risco de complicações.
O tratamento fotodinâmico permanece experimental.
A radioterapia pode ser útil na redução da dor associada à metástase óssea, embora a dose ideal e o fracionamento sejam desconhecidos. Atualmente, não está claro se a melhoria do controle local com radioterapia alterará o tempo ou o padrão de metástase.
O papel da quimioterapia não é claro.
O temo de sobrevivência sem tratamento costuma ser inferior a 30 dias e a maioria dos cães é eutanasiado no momento do diagnóstico.
Um estudo examinou os tempos de sobrevivência de 25 cães submetidos à remoção cirúrgica total da próstata. A maioria deles recebeu terapia adjuvante (como quimioterapia e/ou anti-inflamatórios). O tempo médio de sobrevivência para todos os cães foi de 231 dias e os cães com tumores intracapsulares tiveram um tempo médio de sobrevivência significativamente maior do que aqueles com tumores extracapsulares (248 vs 138 dias).
Em um estudo com dez cães com carcinomas prostáticos submetidos à radioterapia, o tempo de sobrevida global foi de 654 dias. Embora a terapia multimodal e os medicamentos anti-inflamatórios não tenham sido padronizados, os resultados suportam uma avaliação prospectiva adicional da radioterapia para controle a longo prazo. Dado o potencial de controle duradouro do tumor após a radioterapia, será importante monitorar a toxicidade tardia da radiação, pois aproximadamente 20% dos cães desenvolveram toxicidade tardia administrável de grau 3 (incluindo estenose uretral, ureteral e retal).
